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Hipócrates sabiamente afirmou: "toda saúde começa no intestino". Também é um ditado popular: "você é o que você come", mas há mais a considerar. Uma frase mais precisa seria: você é o que pode digerir e absorver dos seus alimentos.
Embora a nutrição de alta qualidade seja crucial para uma saúde adequada, ela só nutre se você puder digeri-la e absorvê-la adequadamente. Neste artigo, você descobrirá formas naturais de promover a digestão e a saúde digestiva.
O sistema gastrointestinal é crucial para a quebra e absorção de nutrientes, ao mesmo tempo em que protege o corpo de problemas internos severos. A digestão começa na boca, com processos mecânicos como a mastigação, que ativa enzimas na saliva. Então, o alimento se move para o estômago, onde se mistura com ácido clorídrico e pepsina, formando o quimo. O quimo viaja pelo intestino delgado, interagindo com secreções do pâncreas, fígado e vesícula biliar. O pâncreas produz enzimas essenciais, que ajudam na digestão de gorduras, amidos e proteínas. O funcionamento adequado dessas enzimas é crucial para a absorção de nutrientes e a saúde digestiva em geral.
A saúde digestiva é um aspecto essencial do bem-estar geral, mas muitas pessoas enfrentam problemas digestivos comuns. Vamos analisar alguns desses problemas mais de perto e explorar formas naturais de tratá-los:
Embora a hiperacidez seja frequentemente discutida, a baixa acidez estomacal (hipocloridria) é uma causa mais frequente de indigestão, principalmente conforme envelhecemos. Pesquisas mostram que mais da metade das pessoas com mais de 60 anos têm secreção insuficiente de ácido clorídrico (HCl), levando a problemas digestivos como inchaço, arrotos e flatulência após as refeições. Sem HCl suficiente, o processo digestivo é prejudicado.
Muitos sinais e sintomas indicam um comprometimento na secreção de suco gástrico, incluindo:
Se você estiver enfrentando esses problemas, uma suplementação com HCl pode ser uma solução. Seguir o método do teste de HCl pode ajudar a determinar a dose ideal para melhorar a digestão.
Azia, refluxo e desconforto na parte superior do abdômen são sintomas típicos da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), um distúrbio digestivo caracterizado pelo refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago.
Os gatilhos comuns incluem tabagismo, alimentos fritos, álcool, cafeína e alimentação excessiva. Surpreendentemente, a falta de ácido estomacal ou enzimas digestivas também pode causar refluxo, pois permite que o alimento permaneça no estômago por tempo demais, aumentando a pressão gástrica.
Remédios naturais para aliviar esses problemas digestivos incluem:
Terapia de Suspensão de Alginato
O alginato, ou ácido algínico, é uma fibra alimentar proveniente de algas marrons, que pode absorver 200-300 vezes seu peso em água, tornando-o um agente gelificante natural. Quando combinado com carbonato de cálcio, ele forma uma suspensão que impede que o refluxo gástrico avance até o esôfago.
O alginato forma um gel flexível no ambiente ácido do estômago, onde se combina com o carbonato de cálcio para criar bolhas de dióxido de carbono, que o ajudam a flutuar. Essa suspensão de espuma pode durar até quatro horas, sendo parcialmente digerida à medida que se move pelo trato intestinal na forma de fibras alimentares. O alginato é um tratamento seguro e eficaz para o refluxo, com produtos como o Esophageal Guardian da Life Extension e o Heartburn Relief da Enzymedica utilizando esse ingrediente.
Irritação Estomacal
A irritação estomacal, diferente do refluxo, é marcada por dor e indigestão, frequentemente ligada à bactéria Helicobacter pylori, em até 90% dos casos. Dois remédios naturais promissores:
Os gases crônicos e o inchaço estão entre as queixas digestivas mais comuns, frequentemente associados a dietas ricas em açúcar, intolerâncias alimentares ou ingestão de carboidratos fermentáveis (FODMAPs). Manter um diário alimentar para acompanhar o inchaço após as refeições pode ajudar a identificar os alimentos prejudiciais. Porém, a produção insuficiente de enzima digestiva é frequentemente a culpada.
Em alguns casos, a suplementação com enzimas pode ser mais efetiva que cortar certos alimentos. Por exemplo, tomar alfa-galactosidase, uma enzima que quebra os FODMAPs, pode reduzir significativamente os sintomas de gases e inchaço. Além disso, uma fórmula de enzimas digestivas abrangente pode ajudar a lidar com esses problemas digestivos comuns.
É importante incluir alimentos que promovam a função digestiva. Isso inclui alimentos fermentados, como kimchi, chucrute e missô, ervas suaves como gengibre e hortelã, e alimentos ricos em enzimas, como mamão e abacaxi. Alimentos verdes, como spirulina e clorela, também são benéficos.
Muitas pessoas sofrem de intolerância à lactose, um problema em que o corpo não consegue digerir a lactose, um açúcar encontrado nos laticínios. Isso leva a sintomas digestivos como gases, inchaço e diarreia. A suplementação com lactase, a enzima responsável por consumir a lactose, pode aliviar esses sintomas e promover a saúde digestiva em geral.
A síndrome do intestino irritável (SII) é um transtorno digestivo comum, que afeta a função do sistema digestivo, levando a sintomas como:
Existem cinco causas principais do SII: estresse, consumo inadequado de fibras alimentares, intolerância alimentar ou alergia, alimentos com excesso de açúcar e falta de enzimas digestivas. Essas causas também estão ligadas a uma característica subjacente da SII, conhecida como supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SCBID). Ter um supercrescimento das bactérias erradas no intestinal delgado produz os sintomas da SII, além de outros problemas como névoa mental, fadiga, dor nas articulações e problemas de pele.
Controlar os sintomas da SII requer lidar com essas causas subjacentes. Aumentar o consumo de fibras, como goma guar parcialmente hidrolisada, pode ajudar a manter a regularidade intestinal, enquanto suplementos como berberina ou óleo de hortelã com revestimento entérico podem oferecer um alívio adicional.
Além disso, o SCBID costuma ser associado à permeabilidade intestinal. Dois auxílios cruciais para o intestino permeável, além dos citados acima, são L-glutamina e N-acetilcisteína. Esses nutrientes ajudam a regenerar as células intestinais após danos, permitindo que elas realizem suas funções de barreira.
A prisão de ventre é um dos problemas digestivos mais prevalentes, afetando vários indivíduos devido a uma falta de fibras alimentares, hidratação inadequada ou exercícios insuficientes. Para aliviar a prisão de ventre:
Incorporar suplementos de fibras, como psyllium ou goma guar parcialmente hidrolisada, também pode promover a regularidade intestinal.
O termo "probióticos" refere-se às bactérias benéficas encontradas no trato intestinal humano. Por milhares de anos, os humanos consumiram alimentos fermentados contendo probióticos. esses alimentos incluem não só bactérias liofilizadas em cápsulas de lojas especializadas em alimentação saudável, mas também alimentos como queijo, iogurte, chucrute e kefir. Os principais micro-organismos da maioria dos suplementos são lactobacilos e bifidobactérias.
O uso de probióticos é respaldado por pesquisas clínicas substanciais, com quase 1.000 estudos humanos duplo-cegos e controlados por placebo. Embora boa parte dessas pesquisas tenha focado em promover a saúde gastrointestinal e auxiliar a função imunológica, elas também incentivam o uso de probióticos para várias outras metas de saúde.
Os probióticos podem auxiliar o ambiente gastrointestinal, tornando-o menos propício para micróbios prejudiciais. Muitos organismos indesejáveis precisam se ligar à parede gastrointestinal para se colonizarem de forma eficaz. Certas linhagens probióticas podem aderir ao epitélio e atuar como "barreiras de colonização", impedindo que bactérias e leveduras prejudiciais se fixem no revestimento intestinal.
Mais de 500 estudos duplo-cegos investigaram os probióticos em casos de disbiose gastrointestinal, que é um distúrbio no microbioma intestinal. A disbiose geralmente ocorre devido a secreções digestivas prejudicadas, consumo excessivo de açúcar, uso de antibióticos e viagens a países subdesenvolvidos, levando a gases, inchaço e movimentos intestinais irregulares. Os probióticos podem ser particularmente efetivos para os gases e o inchaço associados à disbiose.
O melhor suplemento probiótico para gases, inchaço e irregularidade intestinal é o Bacillus coagulans, de acordo com uma análise recente de estudos clínicos publicados, que foi criada para fornecer a ordem relativa de eficácia de diferentes probióticos para esses problemas comuns. Os resultados mostraram que o probiótico Bacillus coagulans teve a maior probabilidade de produzir uma melhora, pois mais de 60% dos participantes tiveram alívio completo dos gases e inchaço ao tomar esse probiótico. Ele também é útil para casos de SII.
A dosagem de suplementos probióticos é frequentemente baseada no número de organismos vivos presentes no produto, chamado de Unidades Formadoras de Colônia (UFCs) no momento da expiração. Para a saúde geral, os melhores resultados são frequentemente obtidos tomando entre 5 bilhões e 30 bilhões de UFCs diariamente.
A função digestiva é frequentemente prejudicada pelo estresse. Em um estado de estresse, o corpo é programado para desviar sangue e energia do trato digestivo para os músculos esqueléticos e o cérebro. É por isso que, muitas vezes, os primeiros sinais de excesso de estresse na vida são problemas digestivos. É importante para a função digestiva aprender a acalmar o corpo e a mente.
A atividade física regular é uma ótima forma natural e gratuita de aliviar o estresse. Não precisa ser um exercício extenuante. Exercícios simples, que promovem a saúde e a regularidade intestinal, incluem caminhar e praticar ioga.
Por fim, para auxiliar seus processos digestivos, tente comer em um estado e ambiente relaxados. Preste atenção à sua respiração. Foque em respirar lentamente com o diafragma enquanto come. E mastigue bem os alimentos. Esses passos simples podem, em alguns casos, produzir efeitos significativos.
Ao entender e abordar essas questões comuns de saúde digestiva, você pode tomar medidas para melhorar naturalmente a saúde intestinal e o bem-estar em geral.
Referências:
Por Dr. Michael Murray, N.D.